O que é transdisciplinaridade?

7 perguntas sobre os transaberes para Nelson Job




Os transaberes, a transdisciplinaridade aplicada à vida,já existem há quase 10 anos, mas sempre gerando questões. Resolvemos resumir aqui as principais dúvidas que sempre aparecem, respondidas pelo seu criador, Nelson Job:
1) Quem é Nelson Job?
Nelson Job: Sou mineiro, nascido em Muriaé, Minas Gerais, mas como Muriaé está no planeta Terra e a Terra está no cosmos, sou também cósmico! Moro atualmente na cidade do Rio de Janeiro e vou semanalmente à São Paulo. Trabalhei como lavrador, DJ, psicólogo clínico e atualmente sou pesquisador na UFRJ e atrator de cursos e grupos de estudos particulares. Sempre me interessei por muitas coisas diferentes, como filosofia, esoterismo, meditação, ciência, literatura (incluindo histórias em quadrinhos), todo tipo de música (rock, pop, eletrônico, blues, clássica), cinema, series etc. Também sou um dos editores da revista transdisciplinar Cosmos e Contexto (clique AQUI para ter acesso) e a partir dela co-organizo eventos transdisciplinares. Tudo isso influenciou na criação dos transaberes.
2) Pra quê servem os transaberes?
NJ: Pra tudo e pra nada. Explicando melhor: os transaberes emergem espontaneamente a partir das minhas inquietações na vida. A primeira “necessidade” dos transaberes é resolver um problema de dissociação entre discurso e prática. Existe atualmente no meio acadêmico e afins da assim chamada “transdisciplinaridade”, ou seja, da emergência de um saber híbrido, oriundo da relação entre diversos saberes. É preciso entender que o multidisciplinar são as disciplinas colocadas lado a lado, sem se relacionarem, como em uma enciclopédia ou na escola e na universidade. O interdisciplinaré quando as disciplinas se atravessam. É do interdisciplinar que emerge o transdisciplinar. No entanto, se a transdisciplinaridade tem por características a flexibilidade, a relacionalidade, a abertura, o processual, a capacidade de lidar e até assimilar a diferença; por sua vez, quem enuncia a transdisciplinaridade, por diversas vezes, o faz de maneira intransigente, sem diálogo e sem abertura. Para denunciar esse descompasso entre discurso e prática, criamos o termo “transaberes”, o atravessamento ao longo dos saberes, entendendo o saber oriundo de uma prática de sabedoria, que envolve necessariamente uma relação consistente entre discurso e prática. Vive-se o que se diz. Pensar e ser se desdobram em intuição.
3) Como esse dualismo surgiu?
NJ: Os transaberes apreendem o surgimento desse dualismo na história do conhecimento, desde a passagem do matriarcado ao patriarcado e  na crença em divindades na Antiguidade separando deuses e humanidade. Disso, passamos para a filosofia, o Iluminismo, A Revolução Científica etc. Esse dualismo gera um sensação de desamparo, de desconexão com o mundo. Isso gera sofrimento, depressão etc.
4) Como os transaberes resolvem esse problema do dualismo?
NJ: Primeiro, fazendo um inventário dos principais autores e conceitos que propuseram, ao seu tempo, unificações: os xamãs, os bruxos herméticos, a filosofia em devir (da impermanência) e sua relação com algumas filosofias orientais, a física moderna, a cosmologia etc. Depois, estabelecendo ressonâncias entre esses conceitos. Em seguida, criando conceitos novos a partir dessas ressonâncias como o vortex, a Unidade Dinâmica e a anarquia sagrada e, finalmente, propondo práticas meditativas a partir do meu exercício em vortex, que permite uma experiência disso tudo.
5) Deve ser muito difícil entender isso tudo… por exemplo, não sei nada sobre física! Posso, de fato, entender os transaberes?
NJ: Claro! Nós apenas usamos os conceitos da física sem os cálculos matemáticos. Damos preferência aos textos de divulgação científica de grandes físicos. Se estudarmos a história do conhecimento, veremos que várias teorias físicas vieram de ressonâncias entre saberes diferentes, por exemplo: a teoria da gravidade de Newton se inspirou na alquimia, já o campo eletromagnético de Maxwell tinha influência da filosofia dos primeiros românticos alemães etc.
6) Os transaberes podem me ajudar a entender o sentido da vida?
NJ: Os transaberes ajudam a apreender que o sentido da vida não deve ser dado a priori, ou seja, não deve ser fornecido por um conjunto de dogmas ou leis pré-estabelecidas. O sentido da vida é sempre um processo de criação. Assim, com os transaberes vamos apreendendo que o sentido dar vida é criar sentidos pra ela.
7) Qual a melhor forma de começar a estudar os transaberes?
NJ: Existem várias formas: os cursos, livros, artigos , vídeos etc. 

Nelson Job
(por Paloma Carvalho)

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